O Homem do Amoníaco
Numa bela noite invernal, e que viria a tornar-se infernal também,
fui sair com um amigo de uma amiga minha.
Tinha já a indicação de que não seria muito mais que uma
bela companhia (nem isso...educado e tal mas ...)
Como chovia a potes fomos para minha casa, tomar um chá...
Conversa de 3 horas em que eu agarrei a almofada e
me coloquei a um canto do sofá à espera de um milagre
(talvez devesse ter bebido vinho).
Já estávamos nas despedidas quando rolou um beijo
(homens lentos)... e pronto, uma coisa leva a outra e
não muito depois tinha à minha frente algo que julgo ser uma pila.
Mas, que ainda assim teimava em não levantar...
Depois de algumas, muitas, tentativas (e meus caros eu sou
uma mulher esforçada...) continuava aquele pequeno objecto
a não querer dizer “boa noite”...
Eis se não quando, decidido que não dava (e eu contente)
se vira ele para mim e diz:
Opa...é o teu cheiro...é lavadinho e tal...mas parece amoníaco!!
Ah... e cheiras a café e a tabaco...
Tudo vindo de um gajo que – diz ele ter uma extrema sensibilidade
a cheiros – mal se descalçou empestou-me a sala com o cheiro,
não a lavadinho mas a queijo da serra guardado dentro de um
tupperware durante 2 meses...
E eis uma nova forma de contornar a impotência.
Enviado por : Célia Silva
